APAV recebeu mais de meio milhar de denúncias em 2011



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A Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) registou no ano passado mais de meio milhar de crimes sexuais, que incluíam casos de abuso de crianças, histórias de assédio e violações.
De acordo com o relatório hoje divulgado, a APAV recebeu 526 denúncias de crimes sexuais: 281 foram consideradas situações de violência doméstica e as restantes 245 classificadas como crimes contra pessoas.
A associação recebeu 202 denúncias de violações (das quais 108 no âmbito da violência doméstica) e 108 casos de abuso sexual de crianças com menos de 14 anos (48 histórias registaram-se dentro da violência doméstica).
Olhando apenas para os crimes contra pessoas, a associação analisou 36 casos de assédio sexual com a prática de atos sexuais e 31 crimes de importunação sexual. Oito crimes de lenocínio e dois de pornografia de menores surgem ainda na lista de crimes contra pessoas.
Já nos crimes incluídos no item da violência doméstica, surgem outras 48 histórias de abuso sexual de crianças e oito episódios de abuso sexual de menor dependente. A APAV registou ainda 11 casos de abuso sexual de pessoa incapaz de resistência e 105 de coação sexual.
Segundo a presidente da APAV, Joana Marques Vidal, ainda há muitas vítimas que não apresentam queixa às forças policiais. "O número de denúncias feitas às polícias é muito maior, mas ainda há um conjunto grande de pessoas que não vão à polícia e vêm aqui", sublinhou a presidente, considerando que a "relutância" em recorrer às forças policiais se prende em parte por acreditarem "pouco na intervenção das polícias e dos tribunais".
Existem também casos em que as vítimas "querem o apoio mas não querem que o autor do crime seja punido", principalmente quando existem relações afetivas anteriores ao crime, lembrou a especialista, defendendo a necessidade de estudar aprofundamente estes casos para perceber as razões que levam as vítimas a desistir dos processos crime.
No ano passado, a APAV recebeu cerca de 18 mil crimes, tendo apoiado mais de oito mil vítimas e dado apoio a 11.784 processos. Os números apontam para um aumento da atuação da associação em relação a 2010: os crimes aumentaram 8,8%, os processos de apoio cresceram 5,7% e as vitimas diretas dispararam, passando de 6.932 para 8.693.

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